Resolvi fazer esse questionamento e expôr o que me veio à mente esses dias: bom, se não teremos as disputas da categoria de base nesse ano e a equipe profissional mostrando ter dificuldades em alguns setores, por que não aproveitar para promover alguns atletas do Sub-19?
Em janeiro, após a disputa da Copa São Paulo, criou-se a expectativa de que mais do que os oito atletas que subiram, pudessem ter oportunidades. Eu elenquei cinco (mesmo podendo ser mais), que poderiam tranquilamente estar treinando (e até jogando), com o elenco profissional: os volantes João Mafra e Heitor, o meia Pedrinho e os atacantes Felipe Evangelista e Wendell.
VOLANTES
João Mafra estava sendo observado pelo Atlético Mineiro na disputa da Copa São Paulo, e Heitor foi destaque na conquista do Campeonato Paranaense Sub-19 em 2019. No elenco atual, apenas quatro atletas atuam na função: Escobar, Marcel, Chicão e Luan. Matheus Olavo não se apresentou e o clube busca um empréstimo para o atleta. Pedro Cacho está fora da temporada, devido a uma lesão no joelho. Mafra e Heitor nasceram em 2001 e Chicão, vindo por empréstimo, por exemplo, é 2000. E o clube ainda pode sofrer com a saída de Heitor, que negocia a sua rescisão contratual com o Londrina Esporte Clube.
MEIAS
Pedrinho, garoto da Warta, que não teria custo com hotel ou estadia no CT, é promissor, além de ser prata da casa. No elenco, seis opções: Fábio Matos, Caíque Valdivia, Matheus Bianqui, a indefinição sobre a permanência de Adenilson, Danilo e o garoto Lincon, atleta que veio por empréstimo do Palmeiras, nascido em 2000, que não mostrou nada de diferente nos três jogos que fez pelo clube e que não está sendo relacionado para os jogos. Pedrinho nasceu em 2001.
ATACANTES
A dúvida fica ainda mais evidente quando falamos no ataque, porque, na minha opinião, Felipe Evangelista e Wendell também mereciam a promoção para o elenco profissional. Evangelista, canhoto, foi uma das principais ‘válvulas de escape’ na Copa São Paulo deste ano, e Wendell cresceu muito ao longo da competição, tendo papel importantíssimo em alguns jogos. Como opções para as beiradas do campo, como gostam de utilizar, o clube tem sete atletas: Ruster, Victor Daniel (que já se recuperou de uma lesão no joelho e ainda não foi relacionado), Juan (que atua tanto por dentro, quanto por fora), Edrean, Igor Paixão, Vagner e Wilker.
Paixão, nascido em 2000, veio do Coritiba com uma expectativa muito grande, e perdeu a opção no banco de reservas nessa Série C para um garoto de 16 anos; Vagner, nascido em 1999, passou pela base do Vasco e do Atlético Goianiense, e nem relacionado foi até o momento; Wilker, nascido em 2004, é muito bem recomendado por membros da comissão técnica, dizem até que o seu futebol lembra muito o do Bernard, ex-Atlético Mineiro e, hoje, no Everton (ING), mas os próprios membros têm medo dos adversários machucarem o garoto, por ser muito franzino; e Edrean, de 24 anos, vindo do Moto Club (MA), que, em dois jogos, não mostrou nada de diferente do que o elenco produziu. Wendell nasceu em 2000 e Evangelista em 2001.
POSICIONAMENTO DO TÉCNICO
Antes do retorno do Campeonato Paranaense, nas quartas de final, eu entrevistei o técnico Alemão e perguntei se ele promoveria mais algum atleta da categoria de base, dos que disputaram a Copa São Paulo deste ano, justamente porque a Federação Paranaense de futebol sinalizou a possibilidade de não realizar as competições estaduais de base em 2020, e ele disse que não subiria mais ninguém, porque muitos atletas ainda estavam no primeiro ou segundo ano de juniores e que precisariam ‘rodar mais’ para chegar na equipe profissional.
Mas a grande questão é: se um atleta de 16 anos pode estar no elenco principal e outros da mesma idade que vieram de outros clubes por empréstimos, por que não priorizar a categoria de base nesse momento em que o clube precisa revelar atletas e fazer um caixa? Deixo a resposta para vocês!
Rafael Ribeiro (@ribeirosrafael) é repórter da Paiquerê FM 98.9 e setorista do LEC
