No início dos anos 2000, um atleta era a ‘cara’ do Londrina Esporte Clube em campo. Voluntarioso, determinado e líder nato, Marcelo José da Rocha caiu nas graças da torcida Alviceleste pela postura nas partidas. Capitão em boa parte dos mais de 70 jogos que vestiu a camisa do Tubarão, o ex-volante Rocha até hoje é lembrado com carinho pelo povo de Londrina. Ao longo do papo, ele revelou diversos assuntos e relembrou carinho a estada no clube.
Além das praticamente três temporadas pelo Tubarão, Rocha também atuou pelas seguintes equipes: Pinhal, Guaçuano, Paulistano, Taquaritinga, Velo Clube e Corinthians de Presidente Prudente (SP); Grêmio Maringá, Cianorte, ADAP/Galo Maringá, Roma Apucarana e Grêmio Metropolitano (PR); Americano (RJ); Anapolina, Vila Nova e CRAC (GO); e União Rondonópolis, Cuiabá, Rondonópolis e Cacerense (MT).
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Você poderá acompanhar toda a entrevista com o ex-volante e capitão Rocha através do meu podcast (Repórter Rafael Ribeiro), hospedado em cinco plataformas de streaming: Spotify, Deezer, TuneIn, Apple Podcasts e Castbox. Nesta última, o acesso é gratuito e ilimitado, basta clicar no player abaixo.
> A vinda do rival para o Londrina Esporte Clube em 2002
Após a excelente campanha do Grêmio Maringá no Campeonato Paranaense, sendo vice-campeão (LEC foi o terceiro colocado), aliada a dificuldade financeira que o Tubarão vivia para a montagem do elenco que disputaria a Série B do Campeonato Brasileiro, a diretoria optou por trazer mais de 60% da equipe titular do rival, além do técnico Ivair Cenci, para ser a base Alviceleste no nacional. Vieram os zagueiros Marcão e Josildo, o lateral-esquerdo João Pessoa, o volante Rocha, os meias Joel e Marquinhos Guarapuava, além do atacante Neizinho.
> O apelido de ‘caçador’ veio do interior paulista
Primeiro volante de origem (mesmo tendo iniciado a carreira como zagueiro), Rocha, ainda no interior paulista, recebeu a alcunha de “caça-craque”, apelido dado aos marcados que ‘perseguiam’ o ‘Camisa 10’ da equipe adversária, em busca de neutralizar as ações dos jogadores diferenciados com uma marcação forte. Esse apelido, vindo de um repórter esportivo que trabalhava no interior paulista e depois se mudou para Maringá, onde o ex-volante atuou de 1999 a 2002, acabou sendo transformado em “caçador” quando chegou ao Londrina Esporte Clube. No interior de São Paulo, onde começou a carreira, Rocha atuou pelas seguintes equipes: Pinhal, Guaçuano, Paulistano, Taquaritinga, Velo Clube e Corinthians de Presidente Prudente.
> Saiba quem mais atuou com Rocha no meio-campo
Em 2003, naquele belo time montado pela diretoria do Tubarão, que por pouco não conquistou a vaga para as quartas de final da Série B do Campeonato Brasileiro, o paraibano Dário foi o grande companheiro de Rocha no meio-campo Alviceleste, atuando 25 partidas. O nordestino foi capitão em grande parte da boa campanha do nacional e também da equipe semifinalista no Campeonato Paranaense. A época, Dário tinha 30 anos e vinha com a experiência de ter atuado em grandes do Brasil, como Sport Recife, Grêmio, América Mineiro, Santa Cruz e ABC.
Depois dele, o ídolo Germano vem logo atrás com 23 jogos. No início da carreira, ele era utilizado como meia no Londrina Esporte Clube. Outros atletas também atuaram com Rocha no meio-campo: Marquinhos Guarapuava (17), Alex Lopes (12), Júnior Gaúcho (6), Jean e Oseias (5), Réferson (3), Rogério e Joel (2), e Márcio (1).
> Resenhas engraçadas com um ex-zagueiro do LEC
Um dos companheiros de clube e que se tornou amigo do ex-volante e capitão no Londrina Esporte Clube é o ex-zagueiro do Tubarão Luis Henrique Theodoro da Silva, que atuou no clube de 2003 a 2005. Antes de entrevistar o Rocha, mandei uma mensagem para o Luis e ele ‘entregou’ três resenhas engraçadas: uma entrada firme durante a intertemporada de 2003, às vésperas do início da Série B, quando o defensor tirou o meio-campista de um amistoso no interior de São Paulo; no mesmo ano, mais entrosado, o ex-volante arquitetou um trote no aniversário do amigo; e, pra fechar, o ex-zagueiro já namorava a atual esposa aquela época e pediu uma carona ao ex-volante e, depois de ajudar a lavar o possante, a carona ainda ficou cara, como recordou Rocha.

Você pode acompanhar (2’39”) na filmagem o trote que o ex-zagueiro sofreu:
> Partidas marcantes com a camisa do Tubarão
Dos mais de 70 jogos com a camisa do Londrina Esporte Clube, Rocha fez questão de destacar dois, principalmente pela grandeza deles: contra o Palmeiras, na derrota de 1 a 0 no Parque Antártica, pela Série B do Campeonato Brasileiro de 2003, e contra o Grêmio, pela Copa do Brasil em 2004, quando o Tubarão também foi derrotado, desta vez por 2 a 0, em pleno Estádio do Café, e culminou com a desclassificação da equipe na 2ª Fase da competição.
Rocha anotou dois gols pelo LEC: o primeiro foi contra a Portuguesa Londrinense, no dia 26 de janeiro de 2003, em um empate por 3 a 3, no Estádio Vitorino Gonçalves Dias, na estreia do Paranaense; e o segundo, no mesmo local e ano, no dia 1º de dezembro, pela Copa Sesquicentenário, na derrota por 2 a 1 para o Atlético Paranaense.
Confira as fichas técnicas dos jogos citados:
19/07/2003 – PALMEIRAS (SP) 1 x 0 LONDRINA
Palmeiras: Marcos, Corrêa, Daniel, Alceu e Lúcio; Marcinho Guerreiro, Magrão, Adãozinho (Leonardo) e Pedrinho (Fábio Gomes); Anselmo (Diego Souza) e Vágner Love. Técnico: Jair Picerni.
Londrina: Marcelo, Lima (Cassiano), Marcão, Dé e Fabinho (Anderson Lobão); Dário (Márcio Allan), Rocha, Germano e Valdeir; Fumaça e Marcelo Silva. Técnico: Roberto Fernandes.
Gol: Vágner Love aos 8’ do 2º Tempo
17/03/2004 – LONDRINA 0 x 2 GRÊMIO (RS)
Londrina: Marcelo, Carlos Alberto, Thiago Matias, Rodrigo e Luis Henrique; Rocha, Germano, Eduardo Neves (Renan) e Léo (Luizinho Cascavel); Cahê e Nem. Técnico: Raul Plassmann.
Grêmio: Tavarelli, Michel, Marcelo Magalhães, Claudiomiro (Tiago Prado) e Rodrigo Alvim; Cocito, Leanderson, Élton e Luciano Ratinho (Cléber); Christian e Marcelinho (Fábio Pinto). Técnico: Adilson Batista.
Gols: Claudiomiro aos 42′ do 1º Tempo e Christian aos 44′ do 2º Tempo
> Todos os treinadores que teve vestindo a camisa do Tubarão
Em praticamente três temporadas com a camisa do Londrina Esporte Clube, o ex-volante e capitão Rocha foi comandado por quatro treinadores: Ivair Cenci em 2002, quando chegou no clube, pela Série B do Campeonato Brasileiro; Roberto Fernandes em 2003, no estadual e no nacional; e Lívio Vieira e Raul Plassmann em 2004, na disputa do Campeonato Paranaense e Copa do Brasil. Ao longo da entrevista, Rocha relembrou o estilo e a experiência que teve com cada um deles vestindo a camisa do Tubarão.
> Ex-capitão revela mágoa pela maneira como foi liberado em 2004
Uma lembrança triste que Rocha guarda da sua história com o Londrina Esporte Clube foi a maneira como o ídolo e ex-presidente do clube, Carlos Alberto Garcia, e o Diretor-Executivo a época, Raul Plassmann, trataram um dos líderes e referência daquele elenco, que seria montado para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Além dele, outros seis atletas também tiveram seus vínculos encerrados em abril de 2004: goleiro Marcelo, lateral-esquerdo Daniel, meias Claudinho e Nem, e os atacantes Cézar e Paraguaio.
O modo como foi tratado foi o que mais chateou o ex-volante, quando foi chamado para uma reunião e recebeu a notícia de que o clube não tinha mais interesse no seu futebol, mesmo tendo contrato até o final daquele ano, às vésperas da intertemporada de preparação para a Série B do Campeonato Brasileiro. Rocha ficou um período treinando em separado, enquanto os outros atletas fizeram um acerto e saíram do clube. Por fim, recebeu o convite do técnico Roberto Fernandes e foi defender a Anapolina (GO) na mesma competição nacional do LEC.
Em reportagens da época, como uma do jornalista Guilherme Gouveia da Folha de Londrina, Garcia afirmou: ”O Londrina entende que são bons jogadores, mas não queremos rever contrato no meio do campeonato. Além disso, alguns jogadores, como o Nem e o Rocha, pediram um salário que o clube não tem condições de pagar”. Rocha rebateu: ”Reduzi meus salários duas vezes, e acho que estou merecendo uma valorização”. O teto salarial Alviceleste naquela época, de acordo com o ex-presidente, era de R$ 3 mil.
> O sentimento em ter defendido as cores do Londrina Esporte Clube
“Pela instituição, só tenho que agradecer”, foi assim que Rocha se referiu ao Tubarão durante a entrevista, dizendo que o clube foi um dos responsáveis pela projeção na carreira dentro do futebol. Ele fez questão de agradecer o ex-gestor do clube, Iran Campos, ao qual demonstra ter muito carinho e muita gratidão pelo período em que esteve aqui. Estendendo os agradecimentos, o ex-volante e capitão Rocha não deixou passar e também relembrou com carinho da torcida Alviceleste: “Muito obrigado por tudo o que fizeram por mim, pelas cobranças, pelos aplausos. Isso, sem dúvidas, eu vou levar para a minha vida toda”.
> Rocha escalou a sua seleção Alviceleste, dos anos que atuou por aqui
Com uma base praticamente da equipe que fez a boa campanha de 2003, o ex-volante e capitão Rocha teve a missão de escalar a sua Seleção Alviceleste, com os melhores atletas que atuaram ao seu lado com a camisa do Londrina Esporte Clube. Os 11 escolhidos foram: goleiro Marcelo Moreira, lateral-direito Jamur, zagueiros Marcão e André Turatto, e o lateral-esquerdo João Pessoa fechando o sistema defensivo; Germano foi escolhido para fazer a dupla de volantes com ele, e Valdeir e Nem foram os meias escolhidos; no ataque, a dupla ficou a cargo de Paraguaio e Marcelo Silva. O comando dessa Seleção seria do técnico Roberto Fernandes.
Confira algumas fotos dele com a camisa do Londrina Esporte Clube:










Rafael Ribeiro (@ribeirosrafael) é repórter da Paiquerê FM 98.9 e setorista do LEC