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Paulo Campos: 42 anos dedicados ao futebol

Conheça a rica e vitoriosa trajetória desse experiente profissional 'da bola'
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A marca expressiva de mais de 40 anos dedicados ao futebol: esse é Paulo Luiz Campos, ou simplesmente Paulo Campos, que no próximo dia 15 de janeiro, completará 40 anos de profissão. ‘No mundo da bola’, Paulo está desde o dia 1º de julho de 1978, quando iniciou auxiliando profissionais no tradicional Vasco da Gama, onde relembra com a carinho as oportunidades dadas por Otto Glória e Antônio Lopes. A experiência de ter trabalhado no Brasil e em mais 11 países, a vivência de ter dirigido ou ter sido auxiliar em cinco seleções nacionais e a conquista de dezenas de títulos, o faz estar na prateleira dos mais experientes no futebol brasileiro.

Com uma bagagem cultural e intelectual riquíssima, Paulo Campos veio à Londrina (PR) em 2017, quando dirigiu por alguns meses a equipe chinesa do Shanghai SIPG FC, categoria Sub-17, que ficou durante uma temporada alojada no CT da SM Sports, em um período de intercâmbio, e como técnico, geriu uma comissão ao lado de brasileiros e chineses. Com uma boa relação com o Gestor Sérgio Malucelli, já que por duas oportunidades comandou o Iraty (PR), então clube-empresa do Gestor, Paulo foi convidado a trabalhar no Londrina Esporte Clube entre 2017 e 2018, como Coordenador Técnico, onde foi peça importante na conquista da Primeira Liga.

Ao longo da entrevista, Paulo Campos relembrou o início da carreira, a bagagem profissional em 12 país, os principais trabalhos, vivenciar momentos históricos no futebol nacional e internacional, e você poderá acompanhar tudo isso através do meu podcast (Repórter Rafael Ribeiro), hospedado em cinco plataformas de streaming: Spotify, Deezer, TuneIn, Apple Podcasts e Castbox. Nesta última, o acesso é gratuito e ilimitado, basta clicar no player abaixo.

A VIVÊNCIA PROFISSIONAL EM 12 PAÍSES

Pouquíssimos profissionais do futebol brasileiro e internacional tem a bagagem cultural que o técnico Paulo Campos carrega. Além do Brasil, ele trabalhou em outros 11 países: Nigéria, Kuwait, Libéria, Arábia Saudita, Gana, Emirados Árabes Unidos, Catar, Espanha, Grécia, Sudão e Estados Unidos. E ele me confidenciou que este ano, antes da pandemia, recebeu um proposta para trabalhar no México, inclusive com passagens compradas e contrato delineado, fato que acabou não se concretizando devido à crise mundial gerada pela doença.

O TRABALHO NA REVELAÇÃO DE ATLETAS

Ao longo da carreira, Paulo Campos teve a oportunidade de trabalhar com jovens de potencial e que se tornaram bons, ótimos e até grandes nomes do futebol nacional e mundial. Na Seleção da Libéria, no fim da década de 1980, trabalhou com George Weah, ex-atacante do Monaco (FRA), PSG (FRA) e Milan (ITA), e que em 1995 se tornou o melhor jogador do mundo eleito pela FIFA, e hoje é o presidente do seu país. No Brasil, em 2002, como técnico do Palmeiras B, dirigiu Diego Cavalieri, Pedro Silva, Gláuber, Diego Souza, Edmilson e Vágner Love, como destaque.

No Paraná Clube, participou da formação do meia Thiago Neves. No Fluminense, lançou o zagueiro Thiago Silva e o atacante Lenny, e também participou da formação do lateral-esquerdo Marcelo. Na Seleção Brasileira Sub-20 em 2003, como auxiliar técnico, quando foi vice-campeão Sul Americano e Pan-Americano, participou da formação dos seguintes atletas: goleiro Jefferson, lateral-direito Daniel Alves, lateral-esquerdo Adriano, volantes Dudu Cearense e Felipe Melo, meias Carlos Alberto, Cleiton Xavier e Daniel Carvalho, e do atacante Dagoberto.

A MAIOR OPORTUNIDADE PROFISSIONAL DA CARREIRA

Em 2005, o técnico Vanderlei Luxemburgo aceitou a proposta para a dirigir o Real Madrid na Espanha e, pela boa relação que tinha com Paulo Campos na época do Palmeiras em 2002, o convidou para ser um de seus auxiliares na equipe madrilenha, e o convite foi aceito prontamente. Recheado de craques, Paulo trabalhou com os chamados Galáticos, que eram: Iker Casillas, Sergio Ramos, Roberto Carlos, Zinedine Zidane, David Beckham, Júlio Baptista, Robinho, Raúl e Ronaldo. Na entrevista, ele disse assim: “Craque não dá problema”, relembrando a dedicação e o profissionalismo dos grandes nomes do elenco dos Merengues.

MAIS DE 25 ANOS VIVENDO NO GOLFO ÁRABE

Ao longo da entrevista, Paulo Campos relembrou os mais de 25 anos trabalhando no Golfo Árabe, também chamado Golfo Pérsico, região que abrange sete país e, em quatro deles, o técnico trabalhou: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar e Kuwait. Foram nove clubes, três seleções e dez conquistas. Uma das histórias mais marcantes relembradas durante o papo foi a de quando ele estava no Kuwait e presenciou a Guerra do Golfo, quando o exército iraquiano invadiu e conquistou o Kuwait, no início da década de 1990.

Paulo e mais dois amigos conseguiram contato com a embaixada brasileira e já na fronteira, com uma bandeira do Brasil no carro e embaixadinhas junto com outros compatriotas, ‘ganharam’ a liberação de um dos guardas e seguiram viagem rumo a Bagdá, capital do Iraque, e de lá conseguiram retornar ao Brasil.

A CONQUISTA DA PRIMEIRA LIGA NO TUBARÃO

Um dos pontos de destaque ao longo da entrevista é a passagem vitoriosa de Paulo Campos ao Londrina Esporte Clube, entre 2017 e 2018, como Coordenador Técnico. O trabalho dele era como o de um observador, onde transitava do Sub-17 ao Profissional, e ajudava a comissão técnica Alviceleste com a experiência profissional na área. Após comandar a categoria Sub-17 do Shanghai SIPG FC, recebeu o convite do Gestor Sérgio Malucelli, com a aprovação do técnico Cláudio Tencati, para trabalhar com as análises dos adversários do LEC, e iniciou nas quartas de final da Primeira Liga, contra o Fluminense.

A amizade e a confiança era tão grande que o técnico Cláudio Tencati o permitiu palestrar para os atletas antes das partidas, apresentando os adversários e detalhando todo o estudo que ele havia feito do estilo de jogo da equipe rival. Paulo também citou a ótima relação com o técnico Alemão, à época no Sub-19 e hoje na equipe principal, que foi seu atleta no Paysandu em 2005.

Paulo Campos afirmou ter, no relacionamento diário com Ricardinho, pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002 e técnico do LEC no início de 2018, uma de suas maiores decepções na profissão, e fez menção também a felicidade em ter trabalhado com o técnico Marquinhos Santos e seu auxiliar Edison Borges, antes de sair do clube. Relembrou também quando foi comunicado, via telefonema, por Mauricio Trombetta, então Gerente de Futebol do clube, que estava liberado de suas atividades, sendo que o Gestor, ao qual nutre uma relação de amizade, foi quem o contratou e não o procurou para liberá-lo.

EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS AO LONGO DA CARREIRA

TÉCNICO

ARÁBIA SAUDITA: Ohod Club (Sub-19), Al-Ittihad Jeddah e Al-Shabab Riyadh

BRASIL: Friburguense (RJ), Palmeiras B (SP), Iraty (PR), Paraná Clube (PR), Paysandu (PA), Fluminense (RJ), Vila Nova (GO), Náutico (PE), Criciúma (SC), Mogi Mirim (SP), XV de Piracicaba (SP), Resende (RJ), Duque de Caxias (RJ), Guaratinguetá (SP), Tupi (MG), Tupynambás (MG) e Batel (PR)

EMIRADOS ÁRABAES UNIDOS: Al Ahli, Al-Nasr, Al Wasl e Al-Fujairah SC

EUA: Corinthians USA e Las Vegas City

GRÉCIA: Asteras Tripolis, Atromitos, FC Aris, Panserraikos e Platanias Chania

NIGÉRIA: Calabar Rovers

QATAR: Al-Rayyan e Al-Qadsia

SUDÃO: Al-Hilal Omdurman

SELEÇÕES: Kuwait Principal e Sub-20, Libéria, Gana Sub-17 e Catar

AUXILIAR TÉCNICO

Clubes: Vasco da Gama (RJ), São Cristovão (RJ), Real Madrid (ESP) e Seleção Brasileira Sub-20
Seleções: Kuwait e Libéria

COORDENADOR TÉCNICO

Clubes: Botafogo (RJ) e Londrina Esporte Clube (PR)

TÍTULOS E CONQUISTAS

Primeira Liga [Londrina Esporte Clube], Campeão Grego da Série B [Asteras Tripolis], Campeão do Torneio Amizade [Corinthians USA], Campeão Sub-19 [Ohod Club], Campeão da Série A e da Copa dos Países Árabes [Al-Shabab], Campeão da Super Copa [Al-Ittihad Jeddah], Campeão da Copa do Príncipe e da Super Copa do Qatar [Al-Rayyan], Campeão Nacional da Série B [Al-Sailiya], Campeão Nacional da Série A e da Copa do Sudão [Al-Hilal Omdurman], e Campeão do Torneio Internacional de Wiesbaden na Alemanha [Gana Sub-17].

Vice-Campeão Brasileiro [Vasco da Gama], Terceiro colocado na Série B do Campeonato Brasileiro [Náutico], Vice-Campeão da Copa dos Emirados [Al Ahli], Vice-Campeão do Campeonato dos Emirados e Vice-Campeão da Copa dos Emirados [Al-Nasr], Bicampeão Estadual e Vice-Campeão Nacional da Série B [Calabar Rovers], e Vice-Campeão Sul Americano e Vice-Campeão Pan-Americano [Brasil Sub-20].

MOMENTOS ETERNIZADOS EM FOTOGRAFIAS

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Paulo iniciou a sua trajetória no Vasco da Gama, ainda como auxiliar (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Como técnico, estreou no Calabar Rovers da Nigéria em 1981 (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Foi técnico da Seleção da Libéria, e comandou George Weah, eleito melhor do mundo em 1995 (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Foi auxiliar técnico da Seleção Brasileira Sub-20 em 2003 (Créditos: Divulgação/CBF)
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A maior experiência profissional foi no ‘galático’ Real Madrid, na temporada 2005/2006 (Créditos: Divulgação/RM)
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No Asteras Tripolis da Grécia, foi campeão da Segunda Divisão Nacional (Créditos: Divulgação/AT)
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Pelo Al Shabab da Arábia Saudita, onde foi campeão da Supercopa Árabe (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Comandando o Al Rayyan do Catar, onde conquistou dois títulos (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Trabalhou no Corinthians USA em 2015 (Créditos: Arquivo Pessoal)
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A ‘canotinha afiada’ de Paulo Campos no Corinthians USA em 2015 (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Ao lado de Ronaldinho Gaúcho, quando comandou o Las Vegas City nos EUA (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Como Coordenador Técnico do Botafogo em 1999 (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Em 2008 pelo Criciúma (SC) na Série A (Foto: CEC)
Em 2004, Paulo Campos comandou o Paraná Clube na Série A (Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo)
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Comandando o Fluminense em 2006, no Campeonato Carioca (Créditos: Gazeta Press)
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Técnico do Náutico em 2006 (Foto: Gazeta Press)
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Em 2015, retornou a Grécia para comandar o Aris de Salonica (Créditos: Divulgação/Aris)
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Na Grécia, também comandou o Panserraikos FC (Créditos: Divulgação)
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Com a equipe chinesa do Shanghai SIPG FC em 2017, no CT da SM Sports (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Ao lado de Ocimar Bolicenho com a taça da Primeira Liga em 2017 (Créditos: Arquivo Pessoal)
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Em 2017, como Coordenador Técnico do LEC, foi campeão da Primeira Liga (Créditos: Gustavo Ticiane/LEC)
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Elenco campeão da Primeira Liga em 2017 pelo LEC (Créditos: Gustavo Ticiane/LEC)
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(Créditos: Gustavo Ticiane/LEC)
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No LEC, Paulo Campos trabalhou com três treinadores e ficou entre 2017 e 2018 (Créditos: Gustavo Ticiane/LEC)
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Durante cinco temporadas, foi técnico do Resende (RJ) (Créditos: Divulgação/Resende)
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Em 2014, comandou a equipe do Tupi de Juiz de Fora (MG) (Créditos: Divulgação/Tupi)
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De volta ao Paraná, comandou o Batel em 2019, o seu penúltimo clube (Créditos: Divulgação/Batel)
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Ainda em 2019, também em Juiz de Fora (MG), comandou o Tupynambás, seu último clube (Créditos: Divulgação/TFC)
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Recebendo a Licença Honorária de Treinador da CBF em 2016, o mais alto grau para a classe (Foto: AP)

Rafael Ribeiro (@ribeirosrafael) é repórter da Paiquerê FM 98.9 e setorista do LEC

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